Política, Sociedade

“Arte como crime, crime como arte” o outro lado das polêmicas pichações

Bom, se você é morador da capital paulista ou se pelo menos vê os noticiários com certeza já ouviu falar da polêmica que envolve o atual prefeito João Doria e os pichadores, esse assunto se tornou motivo de discussão, seriam eles artistas ou marginais como classificados por Doria?

Pra isso O Zero Onze foi ouvir o outro lado da questão, a voz de quem não tem tido muito espaço na grande mídia, os pichadores, conversamos  o “Correrias LRZ“que através de uma entrevista bem aberta expôs suas opiniões sobre o tema.

Agora com 18 anos LRZ começou aos 13, inicialmente só com as “Tags” (Assinatura de nome ou apelido) pra depois entrar verdadeiramente no ramo da pichação, ele classifica a pichação como a voz dos esquecidos pois segundo ele se tudo ocorresse de forma correta não existiria motivos para a pichação ocorrer, considerando-a como arte pois a beleza está nos olhos de quem vê.

Já em relação ao forte combate da prefeitura contra os pichadores segundo LRZ o movimento perdeu um pouco sua força devido ao grande risco de ser pego por policiais em flagrante ou até mesmo pelo simples fato de estar com uma lata de tinta no bolso, mas por mais que o prefeito lute contra segundo ele jamais acabará pois “são muitos loucos envolvidos em um propósito”  e por fim quando perguntado sobre a taxação de que todos pichadores são criminosos LRZ é sucinto ao responder “arte como crime, crime como arte.”

Confira a entrevista na íntegra:

Zero Onze – “Há quanto tempo que você começou a fazer suas pichações?”

Correrias LRZ – “Olha, eu vou completar 18 anos agora, mas comecei a fazer aos 13 anos, iniciei a partir da “TAG”, depois me envolvi na pichação.”

Zero Onze – “Você considera essa atividade como uma arte e também uma forma de protesto ?”

Correrias LRZ – “Sim, acho que ela é a “voz dos esquecidos”, já parou pra pensar que se tudo estivesse certo haveria uma possibilidade de não existir pichação, porque a pichação começou na época da ditadura, era usada como uma forma de expressão, para as pessoas realmente entenderem o que acontece no cotidiano, ao passar dos anos elas foram alteradas para escritas mais “modernas” e ganhou voz em um movimento fechado, ou seja, que se comunica do pichador pro pichador, mas ela não deixa de ser uma arte, porque não é compreendida, até porque existem muitas artes abstratas que ninguém sabe o significado e sempre ficam encantados, então, assim, acho que como a beleza está nos olho de quem vê, a arte está no olho de quem vê.”

Zero Onze – “Os discursos do prefeito atacando vocês, os intimidam ou apenas motivam a continuar?”

Correrias LRZ – “Graças ao prefeito acho que atividade perdeu um pouco de força, até porque está cada vez mais perigoso andar pelas ruas na madruga com uma latinha, se policial pega, não tem dó, não tem testemunha? reza pra não acontecer nada, porque é difícil não acontecer, mas acho que o movimento em si, não para pois são muitos loucos envolvidos em um propósito.”

Zero Onze – “Qual sua opinião sobre o prefeito João Doria generalizar como criminosos todos o que fazem as pichações pela cidade?”

Correrias LRZ – “Arte como crime, crime como arte.”

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Correrias LRZ / Rede Social

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