Moda

Tendência: bolsa de luxo da novela

Produtos usados nas novelas para caracterizar personagens são conhecidos como desejo de consumo

A novela do horário nobre da TV Globo, “A força do querer”, apresenta um núcleo rico e requintado. Ele é representado por moradores de uma área nobre carioca e por empresários bem sucedidos. Uma das personagens desse núcleo, Joyce, interpretada pela atriz Maria Fernanda Candido, é uma mulher linda, sofisticada, fashionista e ligada aos assuntos relacionados à moda. Segundo a especialista no mercado de luxo, Carolina Boari, a protagonista é dona de um guarda roupa de bom gosto. “Nas cenas, ela demonstra preocupação constante com seu estilo”, analisa Carolina. Do mesmo núcleo luxuoso faz parte Silvana, interpretada por Lilia Cabral.

De acordo com Carolina Boari, a bolsa pode ser considera como um artigo valioso durante a trama, devido sua história e glamourização. No século 18, as bolsas eram usadas por homens e mulheres, com finalidades distintas. “As bolsas sempre se adequaram ao contexto social em que estavam inseridas”, explica a pesquisadora. A Revolução Industrial e o aumento da tecnologia empregada na produção desses artigos transformaram as bolsas em objetos de desejo e ícones de grandes marcas. A história das bolsas aponta que esse acessório confere mais independência às mulheres.

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A bolsa usada na novela é da marca luxuosa francesa Hermès, uma das únicas que ainda conserva a produção artesanal e que fabrica bolsas sob encomenda com os melhores couros e tecidos. “Uma característica interessante é que os produtos possuem numeração individual para identificar o artesão responsável”, comenta Carolina. A aquisição de uma bolsa da marca Hermès é um processo caro e demorado, estando sujeito à lista de espera de anos. A marca iniciou sua história com a produção de artigos para equitação, construindo uma reputação envolta por sofisticação e direcionada às classes sociais mais elevadas.

A bolsa da personagem Joyce é uma Birkin modelo clássico, criada em 1984, em homenagem à atriz inglesa Jane Birkin. A bolsa foi fabricada em pequenas quantidades, sendo possível escolher cada detalhe de sua produção como, por exemplo, couro de vaca, de réptil, de avestruz, a cor desejada, as ferragens e até mesmo o tipo de costura. Essas escolhas fazem o preço ser altíssimo e varie de acordo com cada detalhe introduzido. “A marca não trabalha com logotipos enormes, pois pessoas de bom gosto e entendedoras do luxo são capazes de reconhecer um artigo da marca somente pelos detalhes”, ressalta a especialista.

A Hermès é sinônimo de riqueza, tradição e refinamento. A marca representa o mercado de luxo com exclusividade, tradição, atemporalidade, sendo destinada a consumidores afortunados. “Marcas como Hermès, Chanel, Cadolle e Christian Louboutin recebem muitas investidas de aquisição dos grandes conglomerados para oferecerem produtos que não se enquadram dentro da esfera luxuosa”, revela Carolina Boari.

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